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A evolução histórica do Tarô: do renascimento à autoajuda moderna

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A evolução histórica do Tarô: do renascimento à autoajuda moderna

 

 

A evolução histórica do Tarô:
do renascimento à autoajuda moderna

O tarô surgiu na Europa no século XV, provavelmente na Itália, como um jogo de cartas chamado tarocchi. Baralhos como o Visconti-Sforza (c. 1440) eram encomendados pela nobreza e tinham fins lúdicos, não divinatórios.

Os primeiros baralhos tinham 78 cartas (22 trunfos + 56 naipes), com imagens que refletiam a cultura cristã e clássica (ex.: O Papa, A Imperatriz, O Julgamento).

Não há evidências de que o tarô fosse usado para adivinhação nesse período. Era um passatempo aristocrático, similar ao bridge moderno.

Autores como Antoine Court de Gébelin (em Le Monde Primitif, 1781) associaram o tarô a mistérios egípcios e cabalísticos, sem base histórica sólida.

No século XIX, o ocultista francês Eliphas Lévi vinculou o tarô à Cabala e ao Hermetismo, influenciando a visão mágica do tarô.

No final do século XIX, a sociedade secreta britânica reinterpretou o tarô como uma ferramenta de iniciação espiritual, criando sistemas simbólicos complexos (ex.: Rider-Waite).

Jung via o tarô como uma representação de arquétipos universais, ligando-o à psicologia analítica. Essa abordagem afastou-o da adivinhação e aproximou-o da auto exploração.

A partir dos anos 1960-70, o tarô foi assimilado pela cultura New Age, sendo reinterpretado como ferramenta de autoconhecimento e crescimento pessoal. Livros como Tarot and Psychology (1974) de Arthur Rosengarten consolidaram essa visão.

O Tarô na Era Contemporânea (Século XXI)
Aplicativos e leituras online popularizaram o tarô, dissociando-o parcialmente do ocultismo tradicional.

Estudos históricos (como os de Ronald Decker e Michael Dummett) desmistificaram as origens do tarot, enquanto sua eficácia simbólica na terapia alternativa ainda é debatida.

O tarô passou de um jogo de salão medieval a um instrumento de reflexão psicológica e espiritual, graças a reinterpretações ocultistas e à cultura moderna de autoajuda.

Fonte:
Dummett, Michael. The Game of Tarot (1980).

Decker, Ronald; Depaulis, Thierry; Dummett, Michael. A Wicked Pack of Cards (1996).

Jung, Carl G. Os Arquétipos e o Inconsciente Coletivo (1959).

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